sábado, 7 de julho de 2012

OS VELHOS E OS NOVOS PARADIGMAS




Todos os dias que visualizamos nos meios de comunicação de massa ou nos periódicos semanais ou quinzenais e até nos mensais, a escalada da violência, os males das drogas, os viciados compulsivos que não dominam mais os seus próprios desejos, os casos de violência sexual contra incapaz, cometidos por parentes ou vizinho das vítimas, desentendimento com desagregação familiar, a ganância, o consumo sem limites e a lei da vantagem (todos querem  levar vantagem em alguma coisa, isso gera, no meio público,a corrupção).
Mas vemos também outras notícias principalmente pela TV. Vemos, por exemplo, a propaganda política gratuita dos partidos políticos, que desfilam suas propostas e idéias de como lidariam com o poder político no exercício dos mandatos que os eleitores lhes confiassem, que tipo sociedade projetam ou pensam para seus filhos, netos, bisnetos e ou gerações vindouras.
Nesse quesito de idéias é que gostaria de dialogar com você. Percebo o início de uma discussão na mudança de comportamento e pensamento filosófico e político da sociedade. Acredito que esteja recomeçando a discussão de antigos valores sociais, como religiosidade e a família, além de outros valores como a humanização e o amor  e estarão no centro de tudo duas palavras de ordem:  felicidade e paz, que  nortearão Especializando as plataformas políticas do futuro, um futuro bem próximo
Elas serão como o tema ecologia, cuja discussão iniciou-se em um tempo não muito distante e ganhou outro significado, sustentabilidade ambiental, que sem ela a área política, econômica, produtiva e do saber não consegue caminhar sem transitar por esse eixo que agora domina todos os debates em escala mundial. A discussão sobre a questão ambiental aflorou com certa intensidade após a “Eco– 92”, realizada na cidade do Rio de Janeiro. A sustentabilidade, hoje, tem força de moeda corrente mundial, sem ela não se ganha mercado sólido no exterior, principalmente nos países da zona do Euro, onde tem os mais exigentes consumidores, mas também na Ásia e nos EUA, onde os padrões de consumo são bastante observados na origem dos produtos importados de outros continentes, principalmente da América Latina e de países pertencentes à Amazônia Legal. A sustentabilidade, hoje, representa a mais valiosa agregação de valor a qualquer produto originado da indústria ou da fazenda pertencente ao setor do agronegócio.
Acredito que a família e a religiosidade, fontes produtoras do amor, da paz e da felicidade, serão os mais fortes agregadores de valores na política, consequentemente, terão reflexos imediatos na economia mundial. Ainda poderemos alcançar bolsas de valores negociando papéis com agregação de grau de FELICIDADE embutidos em seus valores termos abstratos como valorização humana e respeito à vida. Digo poderemos alcançar, porque os que hoje estão lendo esse artigo têm grandes possibilidades de não estar aqui após a metade desse século que estamos. Essa futurologia sócio-comportamental  não tem afirmações cientificas, mas é apenas uma análise política e social que vem do olhar observador do apelo das ruas, dos menos abastados, residentes nas periferias das cidades e das áreas rurais, carentes de políticas públicas que possam atender às suas necessidades na busca de qualidade de vida e futuro descente aos seus descendentes. Se olharmos atentamente no comportamento social e organização das comunidades das periferias urbanas, veremos a proliferação de diversas igrejas, com as mais  variadas denominação, e que têm atraído pessoas que buscam a paz interior e a felicidade plena, para si e no seio de suas famílias.
Todos os dias costumamos ouvir, ver e ler nos meios de comunicação chamamento para eventos em busca de paz, promovido e coordenado por ONGs, Igrejas, movimentos sociais e sindicais, com cunho ecumênico. Esses movimentos têm como chamativo a PAZ, seja a paz social ou individual, interior, dirigidos às famílias e contra a violência e as drogas que desagregam e mutilam a sociedade. Contra essas duas últimas desagregadoras e em defesa do que se une, a família, algumas siglas partidárias se lançam como porta voz desses anseios, que clamam essa gama de desvalidos e excluídos do sistema. Talvez esses partidos que hoje fazem propaganda política com propostas de construção abstrata de satisfação pessoal ou coletiva, poderão no futuro serem mandatários de poder, com a quebra antigos paradigmas e a criação de novos.
Os atuais partidos políticos brasileiros que detém o poder aplicam as políticas públicas compensatórias ou afirmativas e estão resolvendo momentaneamente o que mais aflige de perto a população, como a fome, a falta de trabalho, de moradia, de acesso a saúde, de educação. Sua atuação tem propiciado o aumento do poder aquisitivo, do poder de compra de bem móveis duráveis e de novas tecnologias que antes não se tinha a expectativa de que a população pobre poderia fazer uso ou de adquiri-las. Tudo isso tem alicerçado e cristalizado no poder os que possibilitaram essa nova era de consumo e acesso a bens e serviços, “antes nunca vistos na história deste país”, como diria o próprio ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
As bandeiras de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, dos direitos humanos, a luta pela terra, a defesa da vida, a defesa do socialismo, contra a exploração em todos os sentidos, contra a desigualdade social e por uma vida melhor, essas sempre foram as velhas bandeiras carregadas que serviram de combustível para alimentar o processo de disputa de poder no Brasil. Mas novas e diferentes bandeiras estão surgindo, novas táticas e meios de comunicação e novas maneiras de mobilização de massa com novas ferramentas de inclusão, rápidas e instantâneas em tempo real estão a disposição e ao alcance de milhões de pessoas. Isso nos leva a pensar que surge uma nova sociedade com postura e comportamento diferenciado da de outrora. Também nos leva a refletir, como diz a música, “Comida” dos Titãs “A gente não quer só comida, A gente quer comida diversão e arte... [...] A gente não quer só comer, A gente quer prazer prá aliviar a dor... [...] A gente não quer só dinheiro, A gente quer dinheiro e felicidade...”. Na sociedade contemporânea, o povo não quer só comida, o povo quer diversão e arte e mais, o povo quer amor, paz e felicidade, para si e para os seus. O povo quer viver com tranquilidade e fraternidade com irmão, com família. As velhas bandeiras permanecerão, mas é preciso mais, é preciso que elas incluam a nova pedida, a garantia da paz espiritual.

“...o povo não quer só comida, o povo quer diversão e arte e mais, o povo quer amor, paz e felicidade...  O povo quer viver com tranquilidade e fraternidade...”

Por: Zelandes Santiago dos Santos é sociólogo e militante petista.

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